7. Repetição

Eu não sabia que diabos estava fazendo ali.
Estava tentando me empurrar de volta ao estupor de zumbi? Tinha me tornado masoquista - criado gosto pela tortura? Eu devia ter ido direto para La Push. Sentia-me muito, muito mais saudável perto de Jacob. Aquela não era uma coisa saudável de se fazer.
Mas continuei a dirigir devagar pela rua tomada pelo mato, contornando as árvores que arqueavam sobre mim como um túnel verde e vivo. Minhas mãos tremiam, então apertei com mais força o volante.
Eu sabia que parte do motivo para fazer aquilo fora o pesadelo; agora que eu estava bem desperta, o nada do sonho roía meus nervos, um cão mordendo um osso. Havia algo a procurar. Inaccessível e impossível, desinteressado e aturdido... Mas ele estava lá, em algum lugar. Eu precisava acreditar nisso.
A outra parte foi a estranha sensação de repetição que sentira na escola, a coincidência da data. A sensação de que eu estava recomeçando - talvez da maneira como meu primeiro dia teria sido se eu de fato fosse a pessoa mais incomum no refeitório naquela tarde.
As palavras passavam por minha cabeça, sem som, como se eu as lesse em vez de ouvi-las:
Será como se eu nunca tivesse existido.
Eu estava mentindo para mim mesma ao dividir em apenas duas partes meu motivo para vir aqui. Não queria admitir a motivação mais forte. Porque era mentalmente doentia.
A verdade era que eu queria ouvir a voz dele de novo, como ouvira na estranha ilusão da noite de sexta-feira. Porque, naquele breve momento, quando a voz dele veio de uma parte de mim que não era minha...
(MEYER, p. 119)

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