5. Ilha de Esme

Engoli em seco, com um ruído, ainda sem olhar para ele. Será que algum dia tinha havido uma lua de mel como aquela?

- Seria maravilhoso - disse Edward lentamente - se... primeiro... talvez quem sabe você não quisesse dar um mergulho noturno comigo? - Ele respirou fundo e sua voz estava mais tranqüila quando falou novamente. - A água é muito quente. Esse é o tipo de praia que você aprova.

- Parece bom. - Minha voz falhou.

- Sei que você gostaria de um ou dois minutos como humana... Foi uma longa viagem.
(MEYER, p. 70)

Balancei a cabeça, sem jeito. Mal me sentia humana; talvez alguns minutos sozinha ajudasse.

Seus lábios roçaram meu pescoço, pouco abaixo da orelha. Ele riu uma vez e seu hálito frio fez cócegas em minha pele quente demais.

- Não demore muito, Sra. Cullen.

Tive um leve sobressalto ao ouvir meu próprio nome.

Os lábios dele contornaram meu pescoço até a ponta do ombro.

- Vou esperar por você na água.

Ele passou por mim até as portas de madeira com frestas, que se abriam diretamente para a praia. No caminho, livrou-se da camisa, largando-a no chão; depois passou pela porta para a noite enluarada. O ar salgado e abafado entrou no quarto, girando atrás dele.

Será que minha pele estava em chamas? Precisei olhar para saber. Não, nada estava queimando. Pelo menos, não visivelmente.

Lembrei a mim mesma de que devia respirar, depois cambaleei até a mala gigantesca que Edward abrira no alto de uma cômoda branca e baixa. Devia ser minha, porque minha familiar nécessaire estava por cima, e havia muita coisa rosa ali, mas não reconheci nenhuma peça de roupa. Enquanto vasculhava as pilhas organizadas – procurando alguma coisa conhecida e confortável, um moletom velho, talvez -, chamou minha atenção que havia muita renda e pouco cetim em minhas mãos. Lingerie. Uma lingerie muito lingerie, com etiquetas francesas.

Eu não sabia como nem quando, mas um dia faria Alice pagar por aquilo.

Desisti. Fui ao banheiro e espiei pelas longas janelas que se abriam para a mesma praia que via pelas portas do quarto. Não conseguia enxerga-lo; imaginei que estivesse embaixo d’água, sem se incomodar em subir para respira. No céu, a lua estava torta, quase cheia, e a areia reluzia branca sob sua luz. Um pequeno movimento atraiu meus olhos – pendurado numa parte curva de uma das palmeiras que margeavam a praia, o resto de suas roupas balançavam na brisa leve.

Uma lufada de calor percorreu minha pele novamente.

Respirei fundo algumas vezes e fui até o espelho acima da longa bancada. Eu tinha mesmo a aparência de alguém que dormira num avião o dia todo. Encontrei minha escova e a passei pelos nós em minha nuca até que se desfizeram, e as cerdas ficaram cheias de cabelo. Escovei os dentes meticulosamente, duas vezes. Depois lavei o rosto e borrifei água em minha nuca, que parecia febril. A sensação era tão boa que lavei os braços também, finalmente desisti e decidi tomar um banho.
(MEYER, p. 71)

Tudo estava em preto e branco, descorado pela lua. Andei devagar pela areia quente, parando ao lado da árvore curva onde ele tinha deixado as roupas. Pousei a mão no tronco áspero e verifiquei minha respiração para ter certeza de que estava regular. Ou regular o suficiente.

Olhei pelas ondas baixas, negras na escuridão, procurando por ele.

Não foi difícil encontra-lo. Estava de pé, de costas para mim, com a água na altura da cintura, fitando a lua oval. O luar pálido transformava sua pele num branco perfeito, como a areia, como a própria lua, e deixava negro como o oceano seu cabelo molhado. Ele estava imóvel, as mãos com as palmas repousando na água; as ondas baixas quebravam em torno dele como se ele fosse uma pedra. Olhei as linhas suaves de suas costas, os ombros, os braços, o pescoço, sua forma impecável...

Tirei a toalha sem hesitar, deixando-a na árvore com as roupas dele, e andei em direção á luz branca; ela também me deixou pálida como a areia alva.

Então ele se virou devagar para me olhar; seu movimento criou pequenas marolas, que quebraram em minha pele. Seus olhos pareciam prateados no rosto cor de gelo. Ele virou a mão para cima para entrelaçarmos dos dedos sob a água, quente o bastante para que sua pele fria não me provocasse arrepios.
(MEYER, p. 73)

- Prometi que iríamos tentar – sussurrou ele, tenso de repente. – Se ... se eu fizer alguma coisa errada, se eu machuca-la, você deve me dizer na hora.

Assenti solenemente, mantendo os olhos nos dele. Dei outro passo pelas ondas e deitei a cabeça em seu peito.

- Não tenha medo – murmurei. – Nós pertencemos um ao outro.

De repente fui dominada pela verdade de minhas palavras. Aquele momento era tão perfeito, tão correto, que não havia dúvidas.

Seus braços me envolveram, apertando-me contra ele, verão e inverno. Eu tinha a sensação de que cada terminação nervosa do meu corpo era um fio desencapado.
- Para sempre - concordou ele, depois me levou com delicadeza para água mais profundas.

O sol quente na pele nua de minhas costas me despertou de manhã. Era o fim da manhã, talvez já tivesse passado do meio-dia, eu não tinha certeza. Mas tudo a meu lado estava claro; eu sabia exatamente onde estava – o quarto iluminado com a cama grande e branca, a luz radiante entrando pelas portas abertas. A nuvem do mosqueteiro atenuava o brilho.

Não abri os olhos. Estava feliz demais para mudar alguma coisa, por menor que fosse. Os únicos sons eram as ondas do lado de fora, nossa respiração, meu coração batendo.

Seus dedos acompanhavam com suavidade os contornos de minha coluna e eu sabia que ele sabia que eu estava acordada. Mantive os olhos fechados e envolvi seu pescoço com os braços, aproximando-me mais dele.
(MEYER, p. 74)

Abri os olhos. A primeira coisa que vi foi a apele pálida e quase prateada de seu pescoço, o arco do queixo acima de meu rosto. Seu queixo estava rígido. Apoiei-me no cotovelo para ver seu rosto.

Seus olhos se estreitaram.

- Qual a extensão de seus machucados, Bella? A verdade... Não tente atenua-la.

- Machucados? – repeti; minha voz saiu mais alta que o habitual porque a palavra me pegou de surpresa.
(MEYER, p. 75)

- Porque chegou a essa conclusão? Estou melhor do que nunca.

- Olhe para si mesma, Bella. Depois me diga se não sou um monstro.

- Porque estou coberta de plumas? – perguntei, confusa.

- Eu mordi um travesseiro. Ou dois. Mas não é disso que estou falando.

Sob a poeira de plumas, grandes hematomas arroxeados começavam a brotar na pele clara de meu braço. Meus olhos seguiram a trilha que formavam até meu ombro, descendo depois por minhas costelas. Puxei a mão livre para cutucar uma descoloração no braço esquerdo, observando-a sumir onde eu tocava e depois reaparecer. Latejava um pouco.
(MEYER, p. 76)

- Eu... me desculpe, Bella – sussurrou ele enquanto eu olhava os hematomas. – Eu devia saber. Não devia ter... – Ele emitiu um som baixo e revoltado no fundo da garganta. – lamento mais do que posso dizer.

Minha mente estava oca. Não conseguia pensar no que dizer. Como poderia explicar a ele do jeito certo? Como poderia fazê-lo feliz como eu estava – ou estivera, um minuto antes?

Ele mexeu o braço; seus olhos dourados me observavam com cautela.

- Não estrague isso – eu disse a ele. – Eu. Estou. Feliz.
(MEYER, p. 77)

- Agora me escute, Edwatd Cullen, não estou fingindo nada para o seu bem, está certo? Eu nem sabia que havia motivo para fazer você se sentir melhor até você começar a ficar todo infeliz. Eu nunca fui tão feliz em toda a minha vida... nem quando você decidiu que me amava mais do que queria me matar...
(MEYER, p. 80)

- Mas por que exatamente você decidiu arruinar os travesseiros de Esme? – perguntei, agitando o cabelo e liberando mais plumas.

- Não sei se eu decidi fazer alguma coisa ontem à noite – murmurou. – Tivemos sorte por serem os travesseiros, e não você.
(MEYER, p. 81)

Ele parou, levantando o queixo ligeiramente. Em seguida falou, com firme convicção: - Não vou fazer amor com você antes que esteja transformada. Nunca mais voltarei a machucá-la.
(MEYER, p 83)

Um comentário:

Yanna disse...

Vanila,não é esse capitulo que eu quiz dizer...
Eu estava procurando o capitulo que foi excluido e está rolando na net...mais eu ja o recebi...
obrigada.

PS:Esse do livro eu ja li...agora nomomento só estou querendo ler os outros livros da Stephenie...

Mais uma vz obrigada...
Bjs Lolly.